HEBREUS 11 – ESTUDO III

Hebreus 11:1 – “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem”.

De fato, a fé vê o invisível. Isto é incrível! Parece utopia para os incrédulos; porém, para os que creem, é uma tremenda realidade. João 4:46-53. Milagres decorrem da fé na Palavra do Senhor Jesus.

A fé é capaz de nos manter calmos e tranquilos, mesmo em meio à uma guerra. Salmo 27:3 – “Ainda que um exército se acampe contra mim, não se atemorizará o meu coração; e, se estourar contra mim a guerra, ainda assim terei confiança”. Por que? Porque – “O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?” (v.1).

A fé é poderosa para nos manter confiantes no Senhor ainda que estejamos passando por adversidade: Salmo 27:5 – “Pois, no dia da adversidade, ele me ocultará no seu pavilhão; no recôndito do seu tabernáculo, me acolherá; elevar-me-á sobre uma rocha”.

Ela não nos deixa sucumbir diante do desamparo: Salmo 27:10 – “Porque, se meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me acolherá”.

A fé é fundamental para que venhamos a conhecer o Senhor dos Exércitos: Salmo 28:7 – “O Senhor é a minha força e o meu escudo; nele o meu coração confia, nele fui socorrido; por isso, o meu coração exulta, e com o meu cântico o louvarei”. A fé produz cântico de louvor e alegria transbordante.

Davi era um homem que confiava no Senhor. Confiava no Senhor porque aprendeu a clamar. Ele aprendeu a clamar porque passava por tribulações. As tribulações são o adubo para o crescimento da fé. Veja um pouco a vida deste homem no Salmo 31.

Os homens de fé entenderam seus sofrimentos, suas tribulações. A fé foi determinante não só para conhecer esse Deus tremendo, como também, para fazê-los felizes e cheios de louvor. Aqueles, no entanto, que não tiveram fé, tornaram-se frios, indiferentes e infelizes. A fé é determinante em nossa vida e destino. A velhice com fé é uma coisa linda; porém, a velhice sem fé, é coisa triste.

A fé faz toda a diferença porque ela está ligada ao Senhor Jesus. A fé nos liga à Deus, não ao sofrimento ou às circunstâncias adversas. Estas são apenas combustível para que avancemos mais ainda em direção à Deus. A fé nos faz ir à Deus, ver Deus, nos remete à Deus, nos deixa confiantes por causa de Deus. A fé faz toda a diferença porque liga-nos à Deus. Deus determina tudo.

Rosalee Appleby escreveu:

“A fé é a graça sobrenatural que põe o homem em contato com o seu Criador! É o receptor da alma que recebe os sinais do céu. É a estrada refulgente por onde o coração caminha do visível ao invisível. É a convicção íntima que esclarece tudo conforme a vontade divina. É a resolução firme que coloca Deus no centro da vida”.

A fé não é algo trêmulo, fraquejante, volúvel e incerto. O escritor de Hebreus diz que é a “CONVICÇÃO”. Que palavra forte, definida, sem possibilidade de mudanças, confiável. A palavra fé no original hebraico (peithô) tem em sua raiz o significado de “confiança”. Acontece quando nos deixamos convencer ou persuadir. Fé é quando somos persuadidos a confiar e esperar em Deus de todo o coração. Veja esta atitude no Salmo 40:1-4.

Nas religiões da antiguidade, fé significava “o abandono de si para entregar-se à Deus”. Belíssima definição! Pois, não há como confiar em si e em Deus ao mesmo tempo. Toda a segurança humana calculada era destruída.

Talvez muitos crentes ainda vivem confiando em Deus e em si ao mesmo tempo. Isto não é fé. Na maioria das vezes confiam mais em si do que em Deus. Só quando as coisas apertam e as soluções não aparecem é que vão à procura de Deus. Deus é tão maravilhoso que, para produzir a verdadeira fé, que é a fé Nele somente, faz com que a pessoa entre em falência de si mesmo. Passa a lixa, coloca-a em um deserto, desconstrói a vida do camarada. Quando está no pó, volta-se à Deus em fé genuína. Isto é graça de Deus. O salmista entendeu isto: Salmo 119:71 – “Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos”.

A palavra “fidelidade” e “fé” no hebraico (múnâh) ficam bem perto uma da outra. A ideia é a de se firmar sem hesitação na Palavra de Deus. A pessoa de fé, firma-se fielmente na Palavra de Deus.

No judaísmo antigo, a fé distinguia o justo do ímpio (Salmo1). Para o judeu, a fé fazia toda a diferença. Na sua história, Deus fez toda a diferença. A fé era a marca do povo de Deus e a ausência dela, simplesmente significa a ausência de Deus.

Abraão, o pai da fé, sempre foi uma figura proeminente para a nação judaica. Romanos 4:16-22. Pela fé, a justiça de Deus foi imputada na vida de Abraão. Tudo mudou em sua vida através da fé em Deus. Abraão é um exemplo animador que, se crermos, surgirá possibilidades para Deus agir e transformar por completo nossa vida e destino.

Em contraste, quando vamos à Nazaré em Marcos 6, vemos que a incredulidade dos nazarenos impediu Jesus de fazer mais milagres e curas. A falta de fé barra o agir de Deus em nosso favor. A incredulidade limita o Ilimitável Jesus de Nazaré. Escolher não crer em Jesus é uma perda irreparável. Para Jesus, a fé em Deus significa estar aberto aos ilimitados milagres de Deus.

Vemos claramente nos Evangelhos os milagres do Senhor mediante a fé dos curados. Sua vida terrena foi enfatizada pela fé, na fé, através da fé. Ele ensinava sobre a fé, Ele procurava fé, Ele exigia fé, Ele ficava admirado ao encontrar fé, Ele despedia satisfatoriamente os curados pela fé: “filho, a tua fé te curou! Vai te em paz”, dizia Ele. Ele não mudou! Ele procura fé na igreja, Ele se alegra com a fé da igreja. Ele continua fazendo milagres mediante a fé dos fiéis.

Martinho Lutero e Madame Guyon são exemplos de fé para a história da igreja cristã. Ambos viveram tempos difíceis, sob perseguição e prisão devido à fé cristã. Pela graça, foi-lhes concedida uma Bíblia; apenas uma Bíblia. Ambos leram, estudaram e meditaram Nela com todo o coração. Brotou-lhes a fé no Salvador. Esta fé em Jesus Cristo mudou tudo na vida deles. Jesus os transformou devido à fé de cada um deles. Crer no Senhor Jesus muda uma vida, uma família, uma nação.

Madame Guyon foi presa e passou anos no calabouço durante o governo do perverso Luiz XIV da França. Ali, crendo no Senhor, ela desfrutava de seu Amado Salvador e isto lhe bastava. Cristo era tudo para ela. A prisão, a tribulação e a Palavra de Deus produziram a fé no Senhor Jesus. A prisão e as perdas desta vida tornaram-se em combustão poderosa que a levou à Jesus Cristo. Cristo tornou-se sua luz e salvação, vida e regozijo. Estava presa, no entanto, para ela não havia lugar melhor; pois, estava na companhia de Jesus Cristo.

Ela escreveu: “Distante das florestas e do mundo; como um pássaro cativo, assim eu sou. Nesta gaiola sento-me a cantar, pois teu querer aqui me colocou. Contente nestas grades encerrada, porque assim, ó Deus, foi do teu agrado”.

A fé no Senhor Jesus nos faz viver contente em toda e qualquer situação. Filipenses 4:11 – “Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação”. Os crentes procuram poder e prosperidade; mas, isto os satisfará de fato? A igreja precisa da fé no Senhor Jesus e, tudo o mais, Deus fará, como fez à Abraão, à Davi, ao apóstolo Paulo, à Martinho Lutero e à madame Guyon.

De uma feita, John Paton, um missionário de Cristo, encontrava-se em uma ilha para evangelizar os aborígenes que lá viviam. Depois de um tempo, os guerreiros cercaram a casa onde estavam. Tudo era muito simples e não havia segurança alguma. Percebia-se a fúria dos nativos e tudo que John e os seus faziam, era orar ao Senhor. O Senhor dos Exércitos estava com eles. Logo, os selvagens deixaram-nos à salvo, pois o Poderoso Invisível os constrangeu à irem embora.

A fé no Senhor Invisível faz maravilha.

 “Ora, a fé é a convicção de fatos que se não veem”.

 Pela fé, vemos o Invisível!

 

Pr. Mario Tsuyoshi Yamakami

Comunidade Bíblica Regenerada   –   Cristo vive em nós

Maringá, 06 de Julho de 2016.